SEMANA DA LITERATURA INFANTIL - de 16 a 20 abril
Hoje ouvimos muitas vezes
os professores reclamarem do desinteresse dos alunos
pela leitura. Existem vários fatores que contribuem para esse fato, por
exemplo, os alunos preferem ler revistas, muitos não tem uma biblioteca em
casa, outros preferem cinema, tv e rádio, isso sem contar com outras atividades
tão freqüentes hoje em dia como sair para jogar futebol com os amigos ou jogar
videogame.
Com todas estas atividades, os livros
acabam ficando esquecidos ou são usados somente se a pessoa não tiver nenhuma
outra atividade em mente.
A literatura
infantil começou no século XVIII. Nessa época a criança começava, efetivamente,
a ser vista como criança. Antes, ela participava da vida social adulta,
inclusive usufruindo da sua literatura.
As crianças da nobreza liam os grandes clássicos
e as mais pobres liam lendas e contos folclóricos (literatura de cordel),
muito populares na época.
Como tudo evolui, esse tipo de literatura também
evoluiu para atingir ao público infantil: os clássicos sofreram adaptações e os
contos folclóricos serviram de inspiração para os contos de fadas.
Perrault: “Chapeuzinho
Vermelho”, “A Bela Adormecida”, “O Barba Azul”, “O Gato de Botas”, “Pequeno
Polegar”, etc.
Irmãos Grimm: “A gata
borralheira” (que de tão famosa recebeu mais de 300 versões pelo mundo afora),
“Branca de Neve”, “Os Músicos de Bremen”, “João e Maria”, etc.
Andersen:
“O Patinho Feio”
Charles Dickens: “Oliver Twist”, “David Copperfield”
La Fontaine: “O Lobo e o
Cordeiro”
Esopo: “A lebre e a tartaruga”,
“O lobo e a cegonha”, “O leão apaixonado”
No Brasil a literatura infantil deu os primeiros
passos com as obras de Carlos Jansen (“Contos seletos das mil
e uma noites”), Figueiredo Pimentel (“Contos da Carochinha”),
Coelho Neto, Olavo Bilac e Tales de Andrade.
Porém, o mais importante escritor infantil foi Monteiro
Lobato. É com ele que se inicia, de fato, a literatura infantil no
Brasil.
TRIBUTO A MONTEIRO LOBATO
José Bento Monteiro Lobato nasceu em 1882 em São
Paulo. Sua obra consiste em contos, ensaios, romances e livros infantis. Além
de escritor, Monteiro Lobato foi tradutor. É considerado, juntamente com outros
escritores brasileiros, um dos maiores e mais importantes nomes da nossa
literatura.
- Principais Obras
“Cidades Mortas”
“Idéias do Jeca Tatu”
“Negrinha”
“Reinações de Narizinho” (livro que reúne várias
histórias infantis)
“Sítio do Pica-pau Amarelo”
“O Minotauro”
Além de Monteiro Lobato, outros escritores como Ziraldo
e Ana Maria Machado também se dedicam ao público infantil.
Ziraldo:
“O Menino Maluquinho”, “A bonequinha de pano”, “Este mundo é uma bola”, “Uma
professora muito maluquinha”.
Ana Maria
Machado: “A Grande Aventura de Maria Fumaça”, “A Velhinha Maluquete”, “O
Natal de Manuel”.
Apesar de tudo, a literatura infantil sofre
alguns preconceitos, pois muitos escritores negam que suas obras são escritas
para os pequenos. Isso nos dá a impressão que essa literatura não é tão
importante, se esquecem de que se sua obra for boa e tiver conteúdo, ela poderá
influenciar crianças de uma forma positiva.
Muitas obras consideradas adultas foram adotadas
pelo público infantil (“As aventuras de Robson Crusoé” – de Daniel
Defoe, “Viagens de Gulliver” – de Jonathan Swift e “Platero e Eu” – de
Juan Ramón Jiménez), assim como muitas obras do público infantil agradam os
adultos (“Sitio do Pica-Pau Amarelo”, por exemplo).
Professores, educadores e pais querem criar em
seus filhos e alunos o hábito da leitura, porém, muitos adultos não tem esse
hábito e usam a falta de tempo e cansaço como uma justificativa para a pouca
dedicação aos livros, sem perceber que essa atitude vai tirando o interesse da
criança, que no início de sua trajetória de vida via o livro como algo
encantador, mágico e cheio de mistério.
CARACTERÍSTICAS
É possível listar algumas características que marcam
este universo:
-
Narrativa movimentada,
cheia de imprevistos
- Discurso direto
- Livros com muitas ilustrações
- Finais felizes na maioria das vezes
Desde a década de 70, a literatura destinada ao
público pré-adolescente (11 – 12 anos até a adolescência) vem sendo chamada de
“Literatura Realista para Crianças”.
Como o próprio nome já diz, esse tipo de
literatura tem como objetivo levar a realidade da vida para as crianças
abordando temas até então considerados impróprios (morte, divórcio, sexo e
problemas sociais).
Existe muita controvérsia a respeito desse tipo
de literatura, alguns educadores alegam que esses livros são mais projetos
educativos (muitos são feitos por encomenda) do que literatura.
Claro que a conscientização da realidade pode ser
feita de outra forma, já que o universo infantil é repleto de magia,
facilitando a transmissão das mesmas ideias sem chocar tanto.
O mais importante de tudo é que as crianças
conheçam todos os tipos de literatura, pois esse conhecimento irá ajudá-la a
escolher a leitura que mais lhe agrada.
Referências: